Saudações galera!!! Tudo certo com vocês?
Na terça-feira (26/10) tocamos no VL Kneipe Club, em Halle (Alemanha). Chegamos um dia antes pra descansar um pouco, e nos alojamos no próprio prédio do show, em uma estrutura já preparada pra receber as bandas em tour. O organizador, chamado Alex, não esperava que chegássemos antes, mas nos recebeu muito bem. Deu uma galera massa no show, e aparentemente o pessoal curtiu bastante. A banda de suporte contava com o Evandro, um velho amigo do Brasil que cantava na banda Necrotério, de Curitiba/PR. Foi muito bom falar português novamente, já que até entre nós já estão rolando papos misturando inglês, português e até alemão hahaha. Tivemos um ótimo tratamento novamente, como de praxe aqui na Europa. Estamos nos acostumando muito mal com isso. Terminando o show, tomamos umas cervejas com a galera e fomos dormir, pois no dia seguinte teríamos show em Berlin.
No dia 27/10 nós acordamos tarde (pra variar), arrumamos as tralhas e nos mandamos pra Berlin. A viajem foi bem mais demorada que o esperado, e chegamos com quase uma hora de atraso no K17, onde tocaríamos. Descobrimos também que ao furar um sinal vermelho em Berlin, ganhamos muitos flashes, ao invés de um só, como acontece no Brasil. A multa não foi bem vinda, mas ok. Chegando no lugar do show, descobrimos o melhor estrutura que já havíamos visto pra bandas de Metal. É incrível! O K17 é o lugar onde todas as bandas grandes tocam em Berlin, e não é por acaso. Muito foda mesmo! Na porta do quarto estava escrito S.F.U. 2009 (Six Feet Under), e dois dias depois o Enthroned tocaria lá também, no mesmo palco. Aproveitamos a estrutura pra filmar o show na íntegra, e as imagens ficaram bem legais. Dormimos no próprio K17, e no dia seguinte resolvemos ir pra Polônia, pra não passar uma noite dormindo na van numa cidade gigante como Berlin.
Cruzamos a fronteira e fomos direto trocar Euros por Zlots, a moeda usada nesse país. Tivemos dois day offs, o que significou: viver em posto de gasolina e dormir na van. Foi tranqüilo, e como já estávamos em Szczecin, onde tocaríamos, pudemos dar umas voltas e conhecer um pouco a cidade, lojas de música, eletrônicos, etc. Só conseguimos por causa do GPS, senão nós estaríamos em Marrocos agora hahaha. Não dá nem pra pronunciar o que está escrito nas placas, e muitas pessoas não falam inglês.
Passados dois dias, chega a data do show (30/10). Fomos cedo para o DK Slowianin, e no horário combinado o produtor Peter chegou. Montamos os equipamentos, ganhamos um jantar muito bom, cervejas, e novamente um tratamento de primeira linha. Esse com certeza foi o show mais insano até agora. Os poloneses amam o Metal brasileiro, e pudemos notar isso já de cara, pelas diversas camisas de bandas brasileiras que eles usavam. Havia inclusive uma grade de contenção em frente ao palco, e isso foi o que salvou as nossas vidas. De qualquer forma, um polonês de uns 2 metros de altura (o que é comum por aqui) conseguiu subir no palco pra agitar, e o estrago só não foi maior por causa dos seguranças. O público aqui é realmente doido por música extrema, e a reação deles durante o show é algo indescritível. Muitos pescoços quebrados, muitas baquetas e palhetas entregues, além de uma certa dificuldade em nos deixarem sair do palco. A galera realmente curtiu, e após o show, o respeito com que nos tratavam e a força com que nos abraçavam (esmagavam) foram fora de série, além de muitas (MUITAS!) fotos e autógrafos, e algumas ameaças para o caso de não voltarmos no próximo ano pra cá. Após o show, o Peter nos mandou para um hotel muito legal, o que nos motivou a permanecer por aqui até amanhã, pois não tínhamos mais shows nesses dias. Tivemos a grata surpresa de conhecer o Rafaelo (Rafo), ex-militar combatente no Iraque, e dono do hotel, que por acaso é um antigo alojamento do exército polonês nos anos 50, e fica bem em frente ao terceiro maior cemitério da Europa. Coincidência?
Amanhã iremos para Wroclaw (vocês não têm noção de como se pronuncia o nome dessa cidade por aqui), onde daremos continuidade à tour, com nada menos que seis shows seguidos em quatro países (Polônia, Hungria, Croácia e Eslovênia). Em meio a essa correria toda, pretendemos escrever um pouco mais pra vocês. Um forte abraço a todos que nos acompanham nessa jornada, e muito obrigado!
Alex Pazetto
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